Solidão
não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo… Isto
é carência. (...) Solidão é muito mais que isto. Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e
procuramos em vão pela nossa Alma. (poema de Fátima Irene Pinto)
Quando observamos um grupo
de pessoas felizes em um barzinho, comemorando, rindo e contando piadas podemos
pensar: “estas pessoas não sabem o que é
solidão, estão sempre rodeadas de amigos e não podem imaginar como é se sentir
sozinho!” Mas, e se a cena continuasse e pudéssemos acompanhar cada uma
delas de volta ao seu lar. Provavelmente levaríamos um susto se observássemos
que aquela pessoa mais animada, aquela que mais gargalhava e falava alto era
justamente a mais solitária. Quando todos foram embora ela ficou na solidão do
seu vazio interior. E é essa solidão que mais dói, a solidão interior que nos
faz sentir abandonados por nós mesmos. Muitas vezes a pessoa solitária assume
vários compromissos por dois motivos principais, o primeiro para não parecer
aos outros uma pessoa solitária e o segundo motivo para não entrar em contanto
com a profunda tristeza de uma alma ferida.
Quando temos uma tristeza
enorme em nossa alma e não vivemos esta emoção adequadamente temos a tendência de
querer que os outros nos vejam como pessoas ocupadas e felizes, com muitos
compromissos sociais e profissionais. Isso é uma forma de defesa, mas esconde
um grande sofrimento. E este sofrimento está tão bem escondido que até a
própria pessoa desconhece. Mas de onde vem tanto sofrimento? São diversas as
fontes, mas todas são proporcionadas pela própria vivência de cada um no mundo
e principalmente pelas experiências vividas nos relacionamentos pessoais.
Então podemos começar a
pensar que as aparências podem nos enganar muito. Desejar ter uma vida
semelhante à de alguém não parece ser o ideal. Como saber o que ocorre no
íntimo de cada um? Será que aquela pessoa que parece ser tão feliz realmente
está satisfeita com a sua vida interior? E aquela que prefere ficar só e se
afasta de eventos sociais está realmente solitária? Apenas cada um pode responder
por si mesmo.
É essa solidão que fere a
alma, mas como diminuir esta dor? Um dos maiores motivos de solidão da alma vem
da necessidade de atender as expectativas dos outros com relação ao nosso
próprio comportamento. Não assumir a própria identidade e o próprio corpo nos afasta
da nossa verdadeira essência isolando e aprisionando a nossa alma ferida em um
cantinho escuro e sem esperança.
Uma vida baseada no que os
outros pensam nos torna vazio de nós mesmos. O medo de não ser aceito no grupo
nos afasta de quem realmente somos lançando-nos na futilidade da vida.
Portanto, comece a se escutar, respeite o seu corpo, cuide-se, evite situações
de risco, dê valor as suas emoções, seja quem você realmente é, não se ausente
da sua vida deixando que outros escolham por você. Assuma a sua própria vida e
o seu interior começará a ser preenchido! Dê oportunidade para sua alma sair
dessa prisão e comece a cuidar da ferida que ela carrega.