Muitos pais se queixam desta
fase da vida pela qual seus filhos estão passando ou, inevitavelmente passarão.
Sentem grande dificuldade em lidar com as novas questões que surgem na relação
antes tão tranqüila e organizada: os pais mandavam e os filhos obedeciam.
Alguns pais chegam a desejar que seus filhos possam passar da infância para a
fase adulta o mais rápido possível, pulando esta tão complicada e temida adolescência.
E os filhos? Será que eles acham confortável esse momento da adolescência? É
claro que não! São tantas as mudanças. O corpo muda, cresce rapidamente e fica
pronto para a reprodução. Os pais deixam de serem heróis. Os adolescentes
ganham novos ídolos para admirar. Eles precisam de um grupo, da sua galera,
para se sentirem confiantes neste processo. Chega a hora das escolhas, cursos,
profissões, paqueras, pressão da família, decisões que precisam ser tomadas o
mais rápido possível. E junto a tudo isso ocorre o “nascimento psíquico” que
proporciona ao adolescente o traçado da sua identidade pessoal. Para o jovem a
sensação é de que o mundo está girando mais rápido. Os pais não reconhecem mais
o seu menino e o jovem não sabe mais que lugar deve ocupar no mundo e na
família. Quem é ele? O que ele gosta? O que ele quer para o futuro? Vai fazer
vestibular? Qual profissão? Essas e muitas outras questões surgem no dia a dia
do adolescente e este é o processo natural de crescimento e amadurecimento.
Quando pensamos em problemas
na adolescência só lembramos-nos das drogas e da gravidez precoce. Mas, além
desses, quais os outros cuidados que a família precisa ter com o seu
adolescente? Primeiro nada de pensar em descansar achando que o filho já
cresceu e que pode seguir sozinho. É claro que a esta altura da vida seu filho
já tem mais autonomia e deve ser cobrado por isso, mas não deve ser abandonado.
Para completar, fique sempre atento as mudanças bruscas de comportamento e as
esquisitices. Por exemplo: ele era bom aluno e agora não consegue mais estudar,
ele tinha amigos e agora só vive isolado e sozinho, ela não quer mais ir para a
escola, ela esta perdendo muito peso repentinamente, ele era doce e calmo e
agora está muito agressivo, ela tem marcas de arranhões e cortes na barriga ou
nas coxas, ela dorme o dia todo e não tem ânimo para nada e muitas outras
situações que não couberam neste artigo. Todas estas situações indicam sofrimento
e é de grande importância procurar uma orientação psicológica.
Em que caso é aconselhável
um acompanhamento psicológico para o adolescente? Em qualquer caso que ocorra
uma inadequação social acompanhada de um sofrimento psíquico (medos,
nervosismo, timidez, depressão, ansiedade, insônia, insegurança, sensação de
vazio, baixa autoestima). Há casos em que o adolescente pede a família para ir
a um psicólogo, mas na maioria dos casos são os familiares que percebem algo de
estranho. Eles são trazidos ao consultório pelos pais, pela família ou por um
encaminhamento da escola. Muitos transtornos de personalidade surgem exatamente
nesta fase da vida. Pais, familiares e educadores devem ficar sempre atentos a
qualquer mudança brusca de comportamento. Podem ocorrer casos em que os pais
procuram o psicólogo na busca de uma orientação e para saber se aquele comportamento
esquisito está dentro da normalidade da adolescência. Se esse for o seu caso
não tenha medo de falar com um psicólogo. CUIDE DO SEU ADOLESCENTE!